domingo, 1 de setembro de 2013

escrever & servir


o escritor quer escrever em paz, sem censura, sem frescura, sem papas, sem tesoura e sem lei; mas o polícia chato de cara amarrada e olhar fuzilante fica o tempo todo apontando e reprovando: "isso não pode! isso não deve! você tá cansado de saber que os leitores misturam alhos com bugalhos, leite com manga, putaria com sacanagem, obra com obreiro... lembre-se que os tempos não estão para liberdades criativas; foi-se a ditadura mas ficaram os patrulheiros ideológicos e suas bandeiras politicamente corretas; os censores brandirão seus archotes da razão irreprochável, torcerão o nariz e esbravejarão: 'ele é policial! como pôde escrever uma coisa dessas, criar um personagem desses?' vão pregá-lo numa cruz, senhor carlos cruz." polícia mala. vai prender vagabundo e me deixa escrever, porra!

Um comentário:

Jarbas Siebiger disse...

tudo aquilo que é desconhecido causa medo, insegurança, desconforto e, via de regra, quase sempre é rechaçado; a língua portuguesa, em certo meios, é elemento estranho, né não?

logo, quem a pratica, ainda mais com agravantes literárias...

apreciado, com louvores ao título