quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Bibliomaniófilo Mocó



gastava todo exíguo dinheirinho que lhe caía nas mãos em livros. devorador de calhamaços, definhava a olhos vistos; o vício relegava a alimentação a patamares secundários na sua escala de prioridades. o corpo, implacável, cobrou-lhe a dívida: esquálido, nos braços da genetriz em prantos, corre os olhos baços pelas abarrotadas estantes do quarto e balbucia: "mãe... no céu tem livro?...". e morreu.