sábado, 2 de janeiro de 2010

ensaio sobre a imbecilidade





só imbecis vão ao bar para brigar
só imbecis quebram garrafas cheias de cerveja
na cabeça de outros imbecis
só imbecis desperdiçam o líquido amarelo precioso
borbulhante
e o rubro
espumante
precioso a enfermos e vampiros

só imbecis escrevem imbecilidades
quando não têm nada a dizer aos demais imbecis
que lêem com olhos míopes, turvos e idiotas
palavras imbecis e tortas
pensam-nas imbecis (traidores do movimento)

preparam tortas de morango e leite moça
bebem red bull com uísque old eight e gelo
arrotam e peidam e riem e filosofam
a inesgotável filosofia obtusa e imbecil

transitam com lepidez e imbecil sensatez
entre o teatro e o morro
entre mozart e mc catra
entre a mão e a pata
a loura e a mulata
o estúpido e o douto
o cancro mole e o duro
a tísica e o câncer
o haxixe e a cachaça

assim falava zoroastro:
o homem é um ser imbecil
desde o berço (pequeno, logo, imbecilzinho)
preparem seus cerebelos
estendam o tapete de alfafa
babem, gargalhem, lambam a própria cauda
ele está ao umbral
a quintessência do homem
o super-imbecil

venha o cálice, bebamos todos
um brinde à imbecilidade humana

Carlos Cruz - 02/01/2010