quinta-feira, 21 de maio de 2015

hoje, no globo repórter


4.3 e inda não aprendi o tal pulo do gato que tira o cavalo da chuva, o boi da linha e coloca o ruminante na sombra; talvez o bicho de sete cabeças, se não estiver com a macaca, espante o espírito de porco e me ensine a dar o drible da vaca no lobo em pele de cordeiro. quero acertar na mosca mas a morte da bezerra está recorrentemente nos meus pensamentos. nesses dias, ando trôpego, feito barata tonta e as velhas raposas me vendem gato afirmando enfaticamente tratar-se da mais felpuda lebre. sempre pratico a discrição e tento manter minha boca qual a do siri, contudo, sempre vem um raio dum papagaio de pirata cabeça de bagre me apontar o bico e eu, bode expiatório, acabo pagando o pato, ou pior, caindo do cavalo paraguaio. o lance é mandar esses amigos da onça irem pentear macaco quando vierem com aquela conversa pra boi dormir. ora, cada macaco no seu galho! se ameaçarem soltar a franga, solto os cachorros em cima deles. tô farto de engolir sapos, de assistir impassível à vaca seguir mansamente rumo ao brejo. chega de cutucar a onça com vara curta! quero amarrar o burro, afogar o ganso, matar a cobra e mostrar o pau. encerro minha sina de vaquinha de presépio e aviso: prendam a respiração porque a cobra vai fumar!

Mad Max Fury Road, crítica boca suja do cinéfilo desbocado


tá ok. tem a galera que acha que os anos 80 foram do caralho porque neles surgiu uma puta cultura pop inimitável e irrepetível; tem a galera mais xiita que xinga, roga praga e deseja ardentemente que quem ousa reproduzir qualquer 'clássico' dos 80 passe a eternidade a arder no mármore cinza-corumbá do inferno ao som de uma banda misto de fresno e restart, com pitadas ch-tum ch-tum ch-tum de david gueta. não sou desses. penso que os anos 80 - como os 40, 50, 60, 70 e tal - pariu muitos filhos geniais e muitos bichos-de-goiba. vi, baixei, revi, revi, revi de novo a trilogia mad max; cada qual, descontada a carga tosca ou cult - a depender do gosto do freguês, com seu nível singular de fodeza (sou da banda cult e curto pacas o the cult, embora a crítica da revista bizz/showbizz sempre tenha feito a maldosa questão de incluí-los no mesmo balaio de guns'n'roses e skid row). bom, vamos ao que interessa: o mad max da foto. tá, ok, beleza, não tem mel gibson nem tina turner. tá certo, tem efeito especial pra homem-aranha nenhum botar defeito. aos amigos de meia-idade: aquelas caralhas de óculos 3D também me dão enjoo. mas, na boa véi, é um puta filme bom pra caralho! o cenário desértico tá lá; o visual a la tank girl também; os veículos, os personagens punk-rock, as perseguições, tá tudo lá. de quebra, ainda puseram um carro com tambores e um guitarrista heavy metal dedilhando uma guitarra-lança-chamas. há quem diga que transformaram o clássico dos 80 num reles blockbuster. concordo. mas uma coisa é certa: blockbuster ou clássico ou filme cult ou a porra da caralha da buceta do que seja, o filme é bom pra caralho e me diverti à beça. é isso. ponto. ponto final. falomaisnada. cabô.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Liberté, Egalité, Fraternité, Panelé Vameaux Baté


quer participar do panelaço em protesto aos mandos & desmandos da presidanta e seus petralhas amestrados mas não quer passar por pequeno-burguês ascendente de classe média emergente? quer batucar o utensílio da empregada com pompa e circunstância, estilo e glamour? quer causar frisson, ficar todo pimpão e bebericar seu chandon? chegaram as novíssimas Panelas Tramontana, com design arrojado, hastes em ouro 23 quilates, fabricadas na França sob encomenda. na próxima manifestação, mostre sua indignação. mas sem perder o savoir-faire nem o physique du rôle.