quinta-feira, 28 de abril de 2011

te julho





inóspito
te vi deserto
exilada
de si


cético
te vi axioma
salpicada
de sins


cáustico
te vi inverno
enevoada
de giz


lúbrico
te vi ninfa
lambuzada
de gim


esquálido
te vi árvore
desfolhada
de mim


se seca
se certa
se fria
se louca
se feia


se julho


te julho
te juro
te furo
te curo
te curro


te amo


Carlos Cruz - 26/04/11
*Gravura: Otra Mirada, de Modesto Trigo.

4 comentários:

Luna Blanca disse...

Poetas

Ai almas dos poetas
Não as entende ninguém,
São almas de violeta
Que são poetas também.

Andam perdidas na vida,
Como estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!

Só quem embala no peito
Dores amargas secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas.

E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma para sentir
A dos poetas também!

Edu Lazaro disse...

Olha, inspiração tem o título e o conteúdo desta poesia! Muito boa!

Janete Roen disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jan Roen disse...

Qão excitantes versos...!!!