sábado, 29 de março de 2008

O Pe(i)dante



Julgava-se a magna quintessência da virtuosa perfeição. O supra-sumo. O eleito. O belo-mor, o inteligente-mor, o irresistível-mor. Refletiu, maquinou, calculou, pensou. Tanto fez que conseguiu: engendrou a fórmula do perfume borbulhante. O incômodo e destoante fedor estava com os dias contados. Finalmente, peidaria cheiroso. Ávido, bebeu dois litros quase de um só gole. A forte pontada no peito arremessou-o de encontro ao chão. O longo e musical flato veio pouco antes do último batimento. Apavorado, constatou que, de todos os anteriores, foi aquele o traque mais fedorento.

Carlos Cruz - 29/03/2008

2 comentários:

Anônimo disse...
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Luciano Fortunato disse...

o pe(i)dante...
isso me fez lembrar muito o excelente filme "o cheiro do ralo".
você, visceral, como sempre, carlos.

luciano.