
- Conseguimos, meu amor.
- Ih, sai pra lá, sua bichona escrota! Tô livre e louco pra comer uma xereca. - replicou Tonhão, afastando Alberto com um safanão.
- Seu filho da puta ingrato! Depois de tudo que fiz por você, é assim que me paga?
- Assim que descolar uma prata, pago seus honorários, Dr. Alberto. Agora, vai pra puta que o pariu!
Alberto ficou ali, estático, vendo seu grande amor afastar-se. À noite, na boate gay, afogou seus dissabores com muitas doses de uísque. Terminou na cama suja do motel de quinta, com o negro bem-dotado com cara de mal. Pela manhã, à ardência no esfíncter somou-se a constatação da ausência do negão, da carteira, do telefone celular e do carro. "Porra! Quem foi o filho da puta que disse que o crime não compensa? Desde que abandonei aquela vida, só tomei no cu..." - refletiu. Saiu do motel e seguiu direto para a loja de armas.
Rodou no primeiro assalto, dois dias depois. Na cadeia, conheceu Tião Pé-de-mesa, o terror dos estupradores. Mas essa é uma outra história...
Carlos Cruz - 08/10/2007